Por Roger Mattos
O relato do Evangelho segundo Marcos contribui significativamente para a compreensão de Jesus, de sua vida e de sua missão principal: anunciar as Boas-Novas e proclamar que o Reino de Deus estava próximo, apresentando-se como o Servo Sofredor.
Por meio da ênfase narrativa do ministério público de Jesus, é notório que o intuito primordial se dá ao fato de destacar a humanidade de Jesus, e que o Seu objetivo ao realizar milagres era a edificação do povo ao seu redor, e não a Si mesmo. Fica evidente, também, Ele ser o Filho de Deus: \”Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus\” (Marcos 1.1 – NAA).
Segundo a tradição eclesiástica, tudo indica que esses relatos vieram diretamente do apóstolo Pedro, já que João Marcos não foi apóstolo e foi companheiro de Pedro em sua caminhada de fé. Ele foi também companheiro do apóstolo Paulo e Barnabé em viagens missionárias, tendo sido até mesmo censurado pelo apóstolo dos gentios em uma delas.
Durante a época em que predominava a tradição oral, o Evangelho segundo Marcos foi registrado de forma escrita por volta dos anos 55–65 d.C., em Roma, antes da destruição do Templo de Jerusalém (de acordo com a tradição ortodoxa), inaugurando um gênero literário jamais visto antes: o euangélion (εὐαγγέλιον), a “boa notícia”.
Ao longo da narrativa, Jesus exigia de Seus discípulos e daqueles que eram curados de enfermidades e espíritos malignos que mantivessem o anonimato a Seu respeito, pois Ele tinha o momento certo para apresentar ao mundo Seu maior propósito: Sua morte e ressurreição, como plano de salvação para todo aquele que n’Ele crê. Por intermédio do Seu fim, iniciava-se o acesso à vida eterna, disponibilizado pela práxis da fé — tanto para judeus quanto para gentios.