A Cristologia do Alto

Por Roger Mattos

A cristologia do alto está atrelada à natureza divina, tanto à natureza de Cristo quanto à matéria-prima essencial do verdadeiro discípulo: a fé. Ademais, o transcendente tem primazia sobre o mundo natural, considerando que, de maneira singular, a dimensão espiritual se revelou na materialidade por meio do Cristo encarnado como homem.

O Evangelho segundo o apóstolo João enfatiza essa característica do Filho de Deus como o próprio Deus encarnado:

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez (João 1.1–3 — NAA).

Esse tema, por sua vez, foi alvo de intensa reflexão ao longo da história da Igreja, o que, inevitavelmente, resultou em heresias — cuja má compreensão gerou equívocos e, consequentemente, falsas doutrinas. Desse modo, surgiram heresias graves, como o ebionismo, que sustentava a ideia de que Jesus não era divino, mas apenas humano.

Além disso, houve também o extremo oposto, representado por correntes gnósticas. Os gnósticos enfatizavam de forma exagerada a espiritualidade de Cristo, negando sua corporeidade devido à forte influência neoplatônica. Outrossim, surgiram diversos grupos heréticos, como o arianismo e o docetismo, além de figuras como Apolinário e Nestório.

Portanto, deve-se sempre crer no que dizem as Sagradas Escrituras. Não se trata de algo que possa ser plenamente compreendido pela razão humana; é um ato de fé. Também, Jesus é o Filho de Deus, enviado conforme o plano eterno de redenção, com o propósito de salvar a humanidade por meio da morte na cruz. Para cumprir tal missão, Ele voluntariamente esvaziou-se de Seus privilégios celestiais e, assumindo a forma de servo, fez-se homem, semelhante aos demais. Enfim, Ele venceu a morte e está assentado à destra do Pai, pois Ele é Deus.

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