Por Roger Mattos
A sociedade contemporânea é intensamente secular e pluralizada. A pós-modernidade enfatiza o racionalismo e o progressismo científico. Dessa forma, os valores conservadores e a ortodoxia cristã são vistos como antiquados e obsoletos.
A religião cristã, no entanto, é uma alternativa indispensável para frear as desordens decorrentes da natureza destrutiva do ser humano. Ela atua como uma força de resistência em favor dos valores éticos e morais que promovem o bem comum, desconstruindo os paradigmas de um modus operandi ultrapassado.
Para que tal manifestação ocorra, é necessária uma relação plausível entre o sagrado e o profano. Somente assim o sagrado poderá exercer sua ação na cultura, na política e nos direitos humanos. Por isso, deve haver uma ponte para que o Evangelho possa impactar positivamente as esferas sociais.
Em meio à pluralidade humana, é primordial buscar o bem-estar coletivo por meio do diálogo interdisciplinar entre a teologia e as ciências tecnológicas e racionais. Assim, a religião pode — e deve — se articular de maneira estratégica, propondo à sociedade um ponto de equilíbrio e um caminho para a vida em sua plenitude, independentemente da crença do sujeito inserido nela.
Portanto, sem a manifestação do sagrado em uma sociedade plural, perde-se o sentido essencial da vida, o que pode levar à autodestruição em massa, influenciada pelo niilismo nietzschiano. Em uma sociedade que valoriza em demasia a tecnologia e a razão, a religião propõe valores humanitários que visam ao bem comum de todos. Logo, deve haver um ponto comum entre o sagrado e o secular: os valores cristãos.